2 de dezembro de 2012

Emyaj


Destoa da frágil proa deste barco de papel,
Um pequeno sonho, que me faz navegar num sentido oposto,
Mas não menos disposto,
A desbravar velhos mares,
Me aprofundar em pequenos riachos,
Para redescobrir a essência dos afluentes e da nascente.

Carrego mercadorias complexas,
Que de seu conteúdo pouco se pode aproveitar,
Por elas, também, já me deixei carregar,

Por vezes encalho, quebro, despedaço,
Mas o tempo, naturalmente, encarrega-se de cicatrizar,
O horizonte não muda, mas a bússola, aos poucos volta a direcionar,

Aberto a novas rotas,
Como qualquer embarcação, preparado para águas claras e tranquilas,
Porém, são as águas turvas de tempestades abruptas,
Que me fazem plenamente navegar.

24 de outubro de 2012

12 de setembro de 2012

Retalho Social

Como uma marionete
Manipulada por sonhos alheios
Sem qualquer afinidade intima
O retalho social se desenvolve desigual,
Com desejos semelhantes,
Criados de forma artificial.

17 de agosto de 2012

23 de julho de 2012

Regressão

Nascemos puros e inteligentes
Necessitamos apenas, de leite e afeto
Rimos de qualquer coisa
As cores, os sons, os sabores
Tudo parece novo

A vida não tem dissabores

Ao passo que crescemos
As necessidades aumentam
Aprendemos a caminhar, correr,
Falar, pedir, reclamar...
O essencial já não satisfaz
Somos convencidos a ter mais

O mercado determina o que estudamos
Nos desenvolvemos de forma dependente
Nos julgamos autossuficientes
E aos poucos, nos curvamos

A sensibilidade e a criatividade ficaram para trás
A liberdade, aos poucos se esvai


Nos tornamos escravos da ganância
Trabalhamos de sol a sol
Como se pudéssemos comprar
O tempo, as estrelas e a lua

Nos esquecemos de abrir
Os olhos e as janelas
E enxergar a vida na rua.