2 de dezembro de 2012

Emyaj


Destoa da frágil proa deste barco de papel,
Um pequeno sonho, que me faz navegar num sentido oposto,
Mas não menos disposto,
A desbravar velhos mares,
Me aprofundar em pequenos riachos,
Para redescobrir a essência dos afluentes e da nascente.

Carrego mercadorias complexas,
Que de seu conteúdo pouco se pode aproveitar,
Por elas, também, já me deixei carregar,

Por vezes encalho, quebro, despedaço,
Mas o tempo, naturalmente, encarrega-se de cicatrizar,
O horizonte não muda, mas a bússola, aos poucos volta a direcionar,

Aberto a novas rotas,
Como qualquer embarcação, preparado para águas claras e tranquilas,
Porém, são as águas turvas de tempestades abruptas,
Que me fazem plenamente navegar.