23 de agosto de 2015

Estado terrorista


Em menos de uma hora
Dezoito vidas
Sem nomes
Sem história
Estatística pra grande mídia

A cidade não ficou alerta
Nem o Brasil urgente
Cobriram mais uma chacina
Com sangue nas lentes

Nos terraços iluminados
Ninguém bateu panela
Três dias depois
Paulista verde amarela
Revolta seletiva, sem luto nem vela

Congresso conservador
Aprova lei antiterror
Redução da maioridade penal
Pra segurança pública
Juventude periférica é marginal

A rota dos ratos segue morro acima
Entre becos, vielas
Subúrbios, favelas
Pra preto, pobre
Bala é sina

É mães de maio, de agosto
Finados todo dia
Na democracia do capital
A dita ainda é dura
E o estado terrorista.