23 de julho de 2012

Regressão

Nascemos puros e inteligentes
Necessitamos apenas, de leite e afeto
Rimos de qualquer coisa
As cores, os sons, os sabores
Tudo parece novo

A vida não tem dissabores

Ao passo que crescemos
As necessidades aumentam
Aprendemos a caminhar, correr,
Falar, pedir, reclamar...
O essencial já não satisfaz
Somos convencidos a ter mais

O mercado determina o que estudamos
Nos desenvolvemos de forma dependente
Nos julgamos autossuficientes
E aos poucos, nos curvamos

A sensibilidade e a criatividade ficaram para trás
A liberdade, aos poucos se esvai


Nos tornamos escravos da ganância
Trabalhamos de sol a sol
Como se pudéssemos comprar
O tempo, as estrelas e a lua

Nos esquecemos de abrir
Os olhos e as janelas
E enxergar a vida na rua.