24 de junho de 2013

6 de junho de 2013

Caminhos tortuosos


Ainda que perdido, sigo meu caminho,
Com tamanho desassossego,
Me mantenho produtivo,
No mercado de trabalho,
Tudo é mensurável,

E a vida, tem fins lucrativos,

O suor da exploração transborda no caldeirão,
Se transforma em combustível,
Acelera a produção,
Gera riqueza para poucos, migalhas para a multidão,

Água suja ou vinho tinto,
Qual será o seu quinhão?

Somente as sobras das uvas pisoteadas com nosso sangue latino
Alimentam as vielas e endereços clandestinos,
Água doce é artigo de luxo,
Já disse o empresário, tem que seguir as leis de mercado,
Se tem sede, tem inflação,

Alheio a essa questão, o gado morre de sede,
A fome brota na terra e nem é exclusividade do sertão,

Na mansão a água escorre pelo espelho,
Escoa pelo ralo e reflete a imagem da contradição,

Por estes tortuosos caminhos,
Sigo perdido, por pura convicção.

Madrid