24 de dezembro de 2011

Criar asas

Queria ter a serenidade e a sabedoria de um monge budista,

Enfrentar a velocidade da modernidade com muita calma, criatividade

E até mesmo com um pouco de preguiça,

Muitos banhos de chuva pra renovar a esperança e a alegria,

Sensibilidade pra enxergar a felicidade em tudo que há de mais simples,

Liberdade pra realizar,

Intensidade pra amar,

Nunca deixar de sentir,

Me apaixonar, me indignar, me emocionar,

Despertar para um novo dia, com muitos sonhos,

Acreditar, criar asas e voar.

18 de dezembro de 2011

A partilha

Da ordem, já estou farto,
Essa bandeira está fora de moda
As cores foram roubadas,
O amarelo ouro foi pra Europa,
O verde louro se esvai em queimadas,
Torna o azul cada vez mais cinza,
E a sua forma,
Não vai além de quadrada,

O progresso que é para poucos,
Se decide nas madrugadas
Na surdina de assembleias ocultas,
Com votos secretos e marteladas
Ninguém duvida dos índices de crescimento,
Estamos certos que o bolo continua crescendo
Mas, se esqueceram de nos oferecer um pedaço,
Vamos a luta e tomamos de assalto.

10 de dezembro de 2011

7 de outubro de 2011

Sarau na Paulista

Poesia na Casa das Rosas

Sérgio Vaz e suas metáforas

Foi pétala pra todo lado,

Em plena avenida paulista,

Os muros sumiram do mapa,

Os prédios se encheram de espinhos

Os pássaros cantavam a liberdade

Em forma de serenata

Do asfalto, brotou um lindo jardim

O céu se abriu em jasmim

Era início da madrugada.

4 de outubro de 2011

24 de julho de 2011

26 de junho de 2011

Bom senso

O bom senso se faz tão importante,
À sociedade desinformada e inoperante,
A burguesia manipula os alienados
Que iludidos com sonhos de consumo,
Não se atentam aos fatos,

Não por falta de informação,
Papel dos meios de comunicação,
Que plantam notícias,
Semeiam a discórdia,
De acordo com a ocasião,

Infiltrados ao poder público,
Com interesses privados,
Fazem de um povo pré moldado
Mera massa de manobra,
À manutenção do próprio reinado,

Mantêm as pessoas em frente a televisão,
Entretidas com a fútil programação,
Distraídas com o velho pão e circo,
Não oferecem resistência
Ao disfarçado inimigo

O atual sistema capitalista,
Intrinsecamente desigual e individualista
Alimenta-se da ignorância e servidão,
Dispersa qualquer possibilidade
De luta e revolução.

8 de maio de 2011

3 de maio de 2011

Mão invisível

Anseios contidos,
Infindáveis desejos
Empacotados
Para dias tranquilos

Planos enlatados
Nas prateleiras da rotina
Sonhos bem embrulhados
Cambiados por mercadorias

Cotidiano engendrado
Na mão grande
Do astuto Deus
Livre mercado

Que ilude a razão,
Raciona a ilusão,
Dissipa as afinidades
Desfia as possibilidades,
De sonharmos em comunhão.

4 de abril de 2011

2 de abril de 2011

Sociedade de concreto

Caminhar infeliz
De uns tantos desumanos
Ao progresso do concreto

Insaciáveis sonhos
De crescimento econômico,
Ostentação e poder

Prazeres submersos
No vazio social
Da eterna busca pelo capital

Insensível melodia
De enfadonhos dias,
Imensa falta de ousadia

Sabedoria descabida,
Insensata serventia,
Mundana fotografia.