Ainda que perdido, sigo meu caminho,
Com tamanho desassossego,Me mantenho produtivo,
No mercado de trabalho,
Tudo é mensurável,
E a vida, tem fins lucrativos,
O suor da exploração transborda no caldeirão,
Se transforma em combustível,
Acelera a produção,
Gera riqueza para poucos, migalhas para a multidão,
Água suja ou vinho tinto,
Qual será o seu quinhão?
Somente as sobras das uvas pisoteadas com nosso sangue
latino
Alimentam as vielas e endereços clandestinos,Água doce é artigo de luxo,
Já disse o empresário, tem que seguir as leis de mercado,
Se tem sede, tem inflação,
Alheio a essa questão, o gado morre de sede,
A fome brota na terra e nem é exclusividade do sertão,Na mansão a água escorre pelo espelho,
Escoa pelo ralo e reflete a imagem da contradição,
Por estes tortuosos caminhos,
Sigo perdido, por pura convicção.
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