29 de abril de 2014

Caiu no mundo

Puta que pariu e não deixou rastro,
Caiu no mundo com o filho nos braços,
Engravidou do primeiro namorado,
Que lhe virou as costas ao ser informado,
A menina que de repente virou mulher
Deixou para trás os sonhos e a fé
Quando deu de cara com a frieza da estrada,
Sem ter o que comer,
O leite secou
E o choro da fome cravou
O espinho mais fundo,
Ainda sangrando foi a luta
Não havia tempo para lamentar,
O corpo foi o que sobrou para negociar,
Na primeira noite, não se amedrontou,
Tirou as vestes empoeiradas 
E sem cerimônia,
Realizou o seu novo trabalho.
Deste dia em diante,
O filho da puta foi bem alimentado,
Recebeu afeto, educação,
Todo o necessário,
Enquanto o pai ausente,
Frequenta igreja e se diz honrado,
A mãe guerreira é vista

Como mulher de vida fácil.

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